Novembro Azul: a prevenção é a melhor solução

Novembro, 2022 — A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino que contribui para produção e armazenamento do sêmen e, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, o câncer local é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do de pele não-melanoma). Entre os homens com mais de 50 anos é mais comum e a taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

A doença é o resultado de uma multiplicação desordenada das células da próstata. Quando há presença de câncer, a glândula endurece, sendo perceptível no toque retal. Na fase inicial, não apresenta sintomas que, quando aparecem, em 95% dos casos, é sinal de que está em estágio avançado.

Portanto, exames preventivos frequentes são fundamentais para que a doença seja descoberta na fase inicial, principalmente em homens a partir dos 50 anos de idade (ou 40, se houver casos de câncer de próstata na família) e pessoas negras, que também têm maior predisposição para desenvolver a patologia devido ao fator genético.

É importante destacar que todos os homens dentro destas condições devem realizar os exames preventivos anualmente. Um deles é o toque retal que, rapidamente, indica se a próstata apresenta algum tipo de alteração, como nodulações ou áreas endurecidas.

Outro, é a dosagem sanguínea do PSA (Antígeno Prostático Específico), que não é específico para câncer de próstata, mas geralmente aumenta muito na presença do tumor. Caso apresentem alterações, o médico pode solicitar outros exames para confirmar o diagnóstico, como o ultrassom e/ou a ressonância da próstata, e até mesmo a biópsia da glândula (que consiste na retirada de fragmentos do órgão para análise). Só então é feito o diagnóstico.


No Brasil, em 2011, foi lançado, pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, a campanha Novembro Azul, o maior movimento relacionado à saúde do homem, com o objetivo de alertar para a importância do diagnóstico precoce desse tipo de câncer que, em 2018, levou ao óbito 15.576 homens no país. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que 68.840 novos casos de câncer de próstata foram diagnosticados em 2020.

A doença não possui sintoma específico, mas alguns indícios podem auxiliar o paciente a buscar a ajuda de um urologista: sensação de que a bexiga não se esvaziou completamente, dificuldade de iniciar a micção, dificuldade para interromper o ato de urinar, urinar em gotas, vontade incontrolável de urinar mesmo quando a bexiga não está cheia, sangue na urina ou no esperma, dor lombar, sangramento pela uretra.

A influência da alimentação sobre a formação do câncer ainda é incerta, não sendo conhecidos os exatos componentes ou mecanismos pelos quais pode ser uma condicionante. As evidências apontam que dietas ricas em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e pobres em gordura, principalmente de origem animal, não só ajudam a diminuir o risco de câncer, como também o risco de outras doenças crônicas não transmissíveis.

Já outras substâncias, geradas durante o preparo de alguns alimentos, podem aumentar o risco: aminas heterocíclicas (formadas com a utilização de temperaturas muito elevadas no modo de preparar carnes brancas e vermelhas, sejam de forma frita ou grelhada) e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (produzidos pela queima incompleta de substâncias orgânicas, como o carvão, a lenha e a gasolina. A absorção destas substâncias por meio da pele, da respiração e da ingestão está associada não só ao câncer de próstata, mas também aos de pele, mama, bexiga e fígado).

Outros fatores associados ao câncer da próstata foram detectados em estudos e incluem o consumo excessivo de álcool e o tabagismo. Homens com sobrepeso e obesos também possuem maior risco de desenvolver câncer de próstata.


De modo geral, não existe um caso igual ao outro: a idade do paciente, seu estado geral, a extensão da doença na biópsia (se localizada, se avançada apenas perto da próstata, se avançada para outras áreas do corpo), o tipo de diferenciação das células (se elas se parecem com a glândula original ou não) são algumas das variáveis para análise da gravidade do caso. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e os benefícios de cada tratamento.

É importante reforçar que a prevenção é a melhor solução, mas também que o câncer de próstata tem tratamento e a chance de cura é maior quanto mais cedo ele for diagnosticado.

(*) Bruno França de Resende (CRM 120227) é urologista no Vera Cruz Hospital.

Foto: Bruno França de Resende/Crédito: Matheus Campos

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