Energia limpa: 10 coisas que você precisa saber sobre o tema

Pesquisa mostra que 40% dos brasileiros acreditam que combustível fóssil é energia limpa

Uma pesquisa internacional realizada em seis países – Brasil, Austrália, Índia, Alemanha, Inglaterra e EUA – tentou mensurar o estrago provocado pelas fake news sobre a percepção das pessoas sobre o meio ambiente. O estudo foi publicado pela Climate Action Against Disinformation (Ação Contra Desinformação Climática, em tradução livre) por ocasião da COP27, a conferência sobre mudanças climáticas que acontece no Egito. O resultado da pesquisa foi entregue à Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática.

Em relação ao Brasil, o relatório constatou que quatro em cada dez brasileiros acreditam que os combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, são energia limpa, o que não é verdade. Cientistas do clima mostram que a indústria fóssil é a principal responsável pela crise climática no mundo.

Entre as constatações da pesquisa, estão os seguintes dados:

  • 40% dos brasileiros acreditam que os combustíveis fósseis são energia limpa;

  • 44% acreditam que as mudanças climáticas não são causada pela atividade humana;

  • 29% acreditam que “um número significativo de cientistas discordam sobre as causas das mudanças climáticas”;

  • 24% acreditam que “os registros de temperatura global” não são confiáveis ou são manipulados”;

  • 15% não acreditam que a produção de combustível fóssil pode causar problemas médicos a quem vive perto dos locais de extração.

“Os resultados da pesquisa refletem como as crenças predominantes de desinformação climática estão em todo o mundo”, afirma o estudo. “Há uma grande lacuna entre a percepção do público e da ciência em questões básicas, como a responsabilidade humana pela mudança climática.”


Mas afinal, o que é energia limpa?

Então, como compreender o que faz parte do conceito de energia limpa? Como ela impacta no nosso dia a dia? Conforme o levantamento Revisão Global de Eletricidade, divulgado pela Agência Brasil, o ano de 2021 registrou o maior índice na utilização das energias alternativas. O total de fontes limpas que geram eletricidade subiu para 38%, globalmente.

“Tanto o consumidor residencial quanto o empresarial podem se beneficiar com a energia limpa, além da redução dos impactos no meio ambiente e nas mudanças climáticas”, ressalta o CEO da Juntos Energia, José Otávio Bustamante. Falando especificamente do bolso do brasileiro, o país está no top 5 das contas de energia mais caras do mundo, segundo recente pesquisa divulgada pela plataforma Cupom Válido a partir de dados da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), e nos últimos cinco anos, o custo da energia elétrica brasileira aumentou 47%.

A empresa de José é a primeira do país a conseguir conectar usinas às redes das concessionárias propondo um novo modelo de consumo. “Em nossa tecnologia, que chamamos de energia limpa digital, conectamos o consumo energético da casa ou negócio do cliente às nossas fazendas solares parceiras, sem a necessidade de instalação de placas solares em casas, comércios ou apartamentos”, explica.

O projeto nasceu a partir de um trabalho acadêmico de um curso criado pelas universidades de Harvard e MIT. “O que buscamos é democratizar o acesso à energia limpa no país. Nosso objetivo é atender 1 milhão de consumidores no Brasil até o fim de 2025 com energia renovável e mais barata”, ressalta Bustamante.

Reunimos abaixo 10 coisas que você precisa saber sobre o tema energia limpa para se munir das informações corretas e fugir das fake news. Confira!


1) A energia é considerada limpa quando o seu processo de produção não gera nenhum tipo de poluição, como é o caso das energias hidrelétrica, eólica e solar, entre outras.

2) A Agência Internacional de Energia Renovável afirma que 90% da eletricidade mundial pode ser originada de fontes limpas até 2050 – 29% é o percentual atual.

3) Energia limpa e energia renovável não são a mesma coisa. Há fontes renováveis de energia, como o biodiesel e o biogás que, ao serem queimados, emitem gases de efeito estufa e são poluentes. Apesar de serem fontes de energia renovável, não podem ser consideradas fontes de energia limpa.

4) A energia limpa é mais barata. O preço da energia solar caiu 85% entre 2010 e 2020. Custos de energia eólica no mesmo período caíram 56% com turbinas terrestres e 48% com turbinas instaladas no mar.

5) A Agência Internacional de Energia calculou que cada dólar investido em energia limpa cria o triplo de vagas de trabalho do que o mesmo valor aplicado na indústria de combustíveis fósseis.


6) São considerados alguns dos exemplos de energia limpa:

• Eólica (dos ventos)

• Hidrelétrica

• Fotovoltaica (solar)

• Nuclear


• Hidrogênio verde

• Biomassa

• Geotérmica

• Marés

7) As fontes de energia limpa estão presentes em todos os países do mundo. O investimento nessas fontes diminui a dependência de importações e a vulnerabilidade diante de flutuações de preço do petróleo.

8) A energia limpa preserva a saúde da população. A poluição decorrente da queima de combustíveis fósseis em 2018 causou US$ 2,9 trilhões em custos econômicos e da saúde – 8 bilhões por dia.

9) A energia limpa impacta na redução na produção de dióxido de carbono (CO2) e do ritmo do aquecimento global.

10) O uso da energia limpa tem baixo impacto na fauna, flora e ecossistemas.

Juntos Energia

A Juntos Energia tem como fundadores José Otávio Bustamante e Rodrigo Protázio. O projeto nasceu a partir de um trabalho acadêmico de um curso criado pelas universidades de Harvard e MIT. Ao final do curso, 400 protótipos foram submetidos, e o modelo de painel solar híbrido criado por José Otávio acabou entre os 20 selecionados para aprofundarem a prototipação ao Prototype Camp do MIT.

E foi através da troca com outros especialistas em geração de energia que o empreendedor decidiu criar um projeto baseado no modelo de negócio atual da empresa, focando no serviço de compartilhamento de energia. O projeto venceu uma série de premiações e recebeu aceleração, mentoria e investimentos. Em 2021, foi comprada pelo fundo de private equity americano Alothon Group e Elétron Energy, uma das maiores geradoras de energia elétrica e de gás natural do Brasil.